sexta-feira, 2 de maio de 2008

A cidade que esconde os seus pobres

Curitiba foi abalada esta semana pela revelação feita por um estudo do Ministério do Desenvolvimento Social: a capital paranaense é a segunda cidade brasileira em número de moradores de rua por habitante. São 2.776 almas sem um mísero teto. Isto forçou a Prefeitura a elaborar justificativas absurdas para amenizar o estrago, já que o atual prefeito, Beto Richa (PSDB) é candidato à reeleição e sua propaganda sempre escondeu a existência de miseráveis na cidade. Primeiro, a Prefeitura desmentiu o Ministério. Para a Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS), presidida pela primeira-dama Fernanda Richa, são somente 1.095. Em outras palavras, eles existem. Depois argumentou que o número é o que menos importa. De acordo, Goebbels também pensava da mesma maneira, uma vida é uma vida; mil, duas mil são apenas algarismos de uma estatística fria, impessoal, sem dramas e que não valem nada: são o zero social, a contabilidade da incompetência dos homens públicos que pode ser jogada debaixo do tapete. Depois, disse que a própria Fernanda Richa conversou com os moradores de rua e que eles, por conta e risco, disseram que preferem morar na rua mesmo. “Sofrem de desesperança.” Ora, qualquer estudante de Serviço Social sabe que a perspectiva de esperança, nestes casos, depende das condições objetivas criadas pelo Poder Público: emprego, educação, saúde, dignidade. Fora disso, não há esperança mesmo.

Desesperançados

Assim, para a Prefeitura de Curitiba as pessoas são infelizes porque desejam a infelicidade; são desesperançadas porque assim também o desejam; são párias porque a sociedade curitibana tem um lugar para eles, porém não consegue convencê-los que ali, no paraíso da FAS, está a esperança.

Parto anônimo

Já que falamos de miséria. O Projeto de Lei 2747/08, do deputado Eduardo Valverde (PT-RO), permite que mulheres grávidas que não desejam ou não podem criar o filho façam o parto de forma anônima e encaminhem o recém-nascido para adoção. A gestante, se optar por este tipo de parto, ficará isenta de responsabilidade civil ou penal em relação ao filho.

Abandono de bebês

O objetivo do projeto é criar uma alternativa legal para as mães que não pretendem criar os filhos, reduzindo os casos de abandono de bebês e de aborto. Pela proposta, o parto anônimo não impedirá o acesso da grávida ao pré-natal gratuito na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), que terá que criar um programa específico para mães que se enquadram nessa situação. Elas terão direito a acompanhamento psicológico durante a gravidez.

Adoção

A adoção, segundo o PL 2747, será agilizada, sendo de oito semanas da data de nascimento do bebê. Caso ele tenha nascido fora do hospital onde foi entregue, a adoção somente ocorrerá oito semanas após a entrega. Todo o processo de adoção correrá por conta dos hospitais.

ONGs

É tanta pilantragem que não deu tempo para apurar tudo. O Senado Federal aprovou a prorrogação, por mais 180 dias, do funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Organizações Não Governamentais (ONGs), atendendo a requerimento assinado por 60 senadores. A comissão investiga o uso de recursos do governo ou provenientes do exterior por essas entidades.

Drogamed

Todas as lojas da Rede de farmácias Drogamed estão sendo fechadas. O anúncio foi feito na quarta-feira à noite em uma reunião, na central de distribuição da rede, em Curitiba, com os funcionários da empresa. Cerca de 600 funcionários devem perder o emprego com o fechamento das farmácias.

Desempregados

A Drogamed possui 76 lojas no Paraná. O número de empregados, segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Curitiba (Sindicom), é de 600, atualmente. A empresa chegou a possuir 100 lojas e 1,9 mil funcionários em 2001.

Na base do cipó

O ministro da Cultura, Gilberto Gil, vai encaminhar ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) processo para transformar o uso do chá de ayahuasca, o Santo Daime, feito a partir do cipó de mariri e das folhas de chacrona e que tem substâncias psicoativas, em patrimônio da cultura brasileira.

Na boa

“Espero que nós possamos celebrar em breve o registro do ayahuasca como patrimônio cultural da nação brasileira”, disse o ministro em Rio Branco, capital do Acre, na quarta-feira. “Neste caso, específico, acrescenta-se o afeto em relação à outra dimensão importantísssima para a vida, que é a natureza”, acrescentou.

Vinho dos mortos

Apesar das propriedades alucinógenas, o uso do chá é permitido no Brasil para “ritos religiosos”. O uso causa, segundo estudos científicos, alucinações, hipertensão, taquicardia, náuseas, vômitos e diarréia. Ayahuasca é palavra indígena que tem duas traduções em português: “corda dos mortos” ou “vinho dos mortos”.

Saúde da mulher

O deputado Waldyr Pugliesi, líder do PMDB na Assembléia Legislativa, participou no feriado prolongado de primeiro de maio, da inauguração de quatro centros integrados de saúde da mulher e da criança na região Norte do Paraná: Barbosa Ferraz, Nova Tebas, Altamira do Paraná e Tuneiras do Oeste.

Verbas

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB), líder do Governo na Assembléia Legislativa, participou, junto com o governador Roberto Requião, da liberação de R$ 2,4 milhões para obras e projetos que atendem as cidades de Carlópolis, Guapirama, Nova Esperança e Nova Fátima.

Sindicatos

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que o governo não cumpriu a promessa de enviar até o final de março um projeto instituindo a contribuição sindical negociada. Esse projeto seria elaborado, lembrou Alvaro Dias, pelas lideranças do governo e as centrais sindicais.

Competência

Na opinião do senador, a contribuição do trabalhador ao sindicato deve ser “espontânea, voluntária e não pode ser imposta”. Ele disse que os sindicatos devem ter competência para convencer seus associados a pagarem essa contribuição. Se os trabalhadores pagam ou não, depende da competência de cada sindicato, disse Alvaro Dias.

O que foi dito

“É por isso que o Governo do Paraná apóia a jornada de 40 horas. Nós queremos melhores salários e menos carga horária para que o homem possa ter descanso, para que o trabalhador possa conviver com a sua família”

Do governador Roberto Requião ao defender a redução da jornada de trabalho.

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